O jornalismo como campo de disputa de gênero

uma retrospectiva histórica da inserção da mulher na imprensa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47284/2359-2419.2022.33.137158

Palavras-chave:

jornalismo, mulheres, história

Resumo

O século XIX marcou a consolidação do jornalismo como campo, bem como o início da inserção das mulheres na área, com a influência da urbanização (TRAQUINA, 2005; ROCHA; SOUSA, 2011). Compreender como se deu esse processo é fundamental para entender as tensões como as violências simbólicas praticadas contra as jornalistas até os dias de hoje. Por isso, este artigo faz uma revisão de como se deu a inserção da mulher no jornalismo no Brasil, observando as disputas de poder entre os sujeitos pela dominação do espaço. Verificou-se que, desde a entrada das mulheres no mercado jornalístico, há resistência, expressa pelas violências simbólicas, como duplas jornadas e o assédio, que ainda fazem parte da rotina jornalística. Os resultados ajudam a entender as práticas nacionais e regionais na atualidade.

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Biografia do Autor

Janaina Lopes de Amorim, Universidade Federal do Maranhão (UFMA) – São Luís – MA – Brasil.

Doutoranda em Comunicação pelo Programa de Pós Graduação do Pará, mestra em Comunicação pelo Programa de Pós Graduação da Universidade Federal do Maranhão. Graduada em Comunicação pela Universidade Federal do Maranhão e integrante do grupos de pesquisa Gciber e Inovacom.

Thaisa Bueno, Universidade Federal do Maranhão (UFMA) – São Luís – MA – Brasil.

Doutora em Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Mestre em Letras Universidade Federal do Mato Grosso o Sul – Campus de Três Lagoas, Graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). É professora permanente no Programa de Pós-Graduação em Comunicação – Mestrado, na UFMA. Coordena o Grupo de Pesquisa em Comunicação em Cibercultura (GCiber) e integra o Grupo de Pesquisa em Ciberjornalismo, numa parceria entre a UFMA e a UFMS.

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Publicado

03/08/2023